sábado, 28 de setembro de 2013

BALADAS(BALADAS!) - dicionário dicionario verbete




Mãe amava jardinagem e... - minha avó,
a mãe dela,
bem como seus filhos
(seu marido?) e a poesia
de Casimiro de Abreu, Junqueira Freire
e Álvares de Azevedo
três ultra-românticos poetas
e um árcade conjurado.
 
   
Mãe recitava de Alvarenga Peixoto,
o conjurado árcade,
o poema que  escrevera no cárcere
da Ilha das Cobras
o requintado intelectual lançado às traças.
O poema... - ei-lo na íntegra:
"Bárbara bela
do norte estrela
que o meu destino
sabes guiar,
de ti ausente,
triste, somente
as horas passo
a suspirar.
    Isto é castigo
que Amor me dá".
 
 
Mãe cozinhava mui bem:
galinha cabidela
empadas deliciosas
( nunca comi similares
- ou só mordisquei similares!)
e outros tantos acepipes, quindins...


Mãe saía à rua
acompanhando, acompanhada,
em companhia de todos os filhos
ainda crianças, que então eram sete :
Osvaldo viria pelo vento do cavalo com venta.

 
O povo que a via
na via expressa 
com a feliz prole
comparava-a com a galinha e os pintainhos
ou a "escadinha"ou o time de futebol.
 
 
Íamos Ícaros 
com destino à casa de sua mãe,
nossa senhora avó 
no tempo em que fomos gerados
quase nos gerânios que mãe plantara
por toda a parte vinculando com amor
o imaginário ao real mesclados.
Ecletismo, miscelânea.


Mãe cantava canções maviosas
e seu canto santo - materno e terno
era melhor do que o melhor grupo musical do mundo:
- The Beatles :
 The Beatles de sublimes baladas!(baladas).


Mãe fazia tudo
- e era tudo que havia :
dela não havia ausência;
enquanto meu pai 
apenas aparecia de coadjuvante
e de preferência ébrio e furioso
tal qual um Ludovico Ariosto
 que recitava o poema
"Orlando Furioso"
cuspindo marimbondos.
(A atuação do pai é sempre a de um bufão
- embriagado!
Pobre de mim
que fluí assim
pela água do rio
que untava meus pés
no banho de língua lambida
de cachorro carinhoso:
O arroio  rumorejante é um cão,
com todo carinho de mãe
em dedicatória loquaz).
 


Ora, se insto em frisar
que mãe fazia e acontecia,
em tempos  de paraíso,
à luz edênica,
ou no Jardim das Hespérides
ou na Casa de Filosofia de Epicuro,
denominada o Jardim, pelo sábio,
não é porque ela já esteja morta;
mãe ( Mãe!!!... grito e a noite me devolve 
o silêncio sem mãe,
a calada com a esposa surda 
nos seus afazeres domésticos, coitada!:
outra mãe para outros filhos,
outra rainha, outra deusa
para pequeninos chorões
ou enormes preguiçosos).
Mãe
( O sábio Alzeimer  continua viva,
esbanjando saúde,
porém ferida pela idade provecta,
na qual muitos sofrem do mal de Alzeimer,
pena sobre a máscara teatral do teatro de Alzeimer,
peça dramática que um médico escreveu
para os demais colegas representarem
como meros atores no exercício da medicina,
dentre outros males que teimam em abundar,
a desdenhar a ciência
em sua estúpida e estapafúrdia presunção
( O sábio Alzeimer
que escreveu a tragédia grega
para ópera médica,
leu-a na face do macróbio
que, se sobrivermos ao boom da vida
podemos ter que representar).
 

Mãe, canto sua alegria antiga assim,
que era minha felicidade de antanho,
não num tom elegíaco ou ditirâmbico,
mas com ordem de ode
eivada de nostalgia,
pois fica claro que nós, - todos!,
os maus filhos, que somos, - todos tolos!,
péssimos e ingratos seres humanos,
tratamos o outro ser humano,
não com respeito, carinho e amor,
nem com qualquer laivo de caridade
que ultrapasse o que é  mero verbo 
em lábios mendazes da barregã,
porquanto mesmo em se tratando de nossa mãe,
pessoa de proa de nossa vida,
que todo o amor semeou e doou para nós,
que nos embalou e consolou com carinho,
bálsamo que nunca mais usufruímos;
não obstante isso e tudo o mais
que não ouso narrar
por vergonha de constatar que tanto amor
teve o retorno de tanta indiferença,
pois  passamos  tratar nossa mãe,
que é a nossa vida,
como se morta fosse:
- tratamo-la como mula e trator que somos,
Massey  Ferguson,
- tratamo-la como se ela fosse
um jazigo vivo,
um túmulo aberto no peito
- da dor maior,
que é um dó maior...
que rasga e fere gravemente
- até nossa maldade infinita!
( Isso grito de mim
e sou meu crítico severo.
Mas a vida é assim 
e assim seremos todos tratados
pelo tratorista do dia
que sai para rasgar o ventre da terra:
roubar a terra para outrem
que lhe ordena a roubar
na doutrina da lei
dos escribas hipócritas
que o somos escrevendo.
Ó copioso amanuense!
 

 
Mãe, não é verdade mãe
que ainda me escuta daí
mesmo com a faca umidade no ar
que mal me faz respirar! 
que  faz o oboé expirar
a melodia do luar
e suspirar ao se lembrar
do poeta Inácio Quinaud,
do qual, você, mãe
narrou-me o drama,
a tragédia que terminou em suicídio! 


Mãe,
que deixa pendoar o perdão
 para este filho impenitente, a este,
filho que precisa de muita penitência filial
à maneira do profeta Oséias.
Rodavia, mãe, minha mãe, 
não cobra eu que jogue cinza na cabeça,
cilício e vestes de saco use
a abuse , como Deus quer
para "Opus Dei".
 
 
Mãe pode ter morrido para a poesia
do conjurado Alvarenga Peixoto,
como morreu para muita coisa;
porém nós, mesmo em criança,
morremos todas as noites
e acordamos com a aurora
para que venha nos acordar
no fuso do dilúculo,
na lua embrulhada em teia de aranha,
toda branca, pálida,
pois todos somos roubados e furtados
de células, acervos de memória,
dentre a infinidade da riqueza
que fora e é nosso tesouro na vida,
sempre surripiado, bifado tesouro,
sem que nos socorra
o Código Penal Brasileiro
ou as leis internacionais
que berram e ladram,
mas somente põem o ricto do sarcasmo
em lábios entreabertos num sorriso irônico
do ladrão, que não é cão,
nem ladra feito um canino
- e também a ferida do berne
no boi,  vaca,  bezerro
- que ruminam e berram,
erram pelo pasto vasto
para que o abençoado pão de cada dia
chegue à mesa do médico  veterinário
que  também merece sobreviver
e se alimentar de glúten,
caso não seja celíaco.

Outrossim, além de não permitirmos
 paz aos vivos,
nem à nossa amada mãe,
em seus dias turvos
nos quais vê quase que tão-somente
o Ancião dos Dias
debruado nas madrugadas 
ouvidas em madrigais
e cheiradas em madressilvas,
- nós os irrequietos 
não deixamos nem os mortos ao limbo:
estão sempre nas nossas digressões,
visitam-nos em sonhos 
e os visitamos em cerimônias anuais,
se não dialogamos com eles 
escritos sob os signos,
afogados sob montanhas de signos
em livros, cartas, obituários, inventários, epitáfios
que são "proclamas" do mal-do-século,
em "Confissões" de Alfred de Musset 
e na vida extravagante de Lord  Byron,
um dos maiores poetas de Europa,
que jaz na Igreja de Santa Maria Madalena
em algum lugar da inglaterra. 


Em algum lugar
da terra de mãe
há uma rua simples e torta
com a porta aberta à lua morta
nos olhos do poeta Inácio Quinaud
morto
- como seremos sob sereno
 um dia, noite ou madrugada
 quando já não estaremos
íntegros sob o culto do luar.


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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

HIDRA(HIDRA!) - dicionário dicionario glossario


Ficheiro:Hercule Bosio Louvre LL325-1.jpg
Deixamos, por negligência, desídia ou indiferença que os outros mandem em nós. Que a opinião deles prevaleça até na vida que somente nós conhecemos e não há qualquer outro  ser humano que compartilhe conosco ou se há é apenas um. Os outros aos quais nos referimos aqui são: valores, instituições, sociedades em comandita simples, por ações, cooperativas, igrejas, corporações, enfim, sociedade ou associações invasivas. grupos, entidades ou até pessoas invasivas.
Acabamos escravos dessas entidade (e outros em companhia das entidades) e nosso comportamento até íntimo, intimista, sexual, torna-se obediente ao próximo, à igreja, aos valores que nos impingem, coagem a seguir,  a fim de que "Jesus te ame" ou possa te amar assim "cordeiro de Deus" e dos homens, todos lobos. Esperam que ao ouvir dos lábios dos outros a  ridícula expressão, que nada diz, apenas late e lambe o latim do cão ( cachorro; não a constelação ou o diabo), mas vocifera :  "Jesus te ama!" como se fosse esse comunicado feito por alguém que estivera com Jesus na antevéspera, pois repete a louca, rouca locução: "Jesus te ama" ou coisas tias de gênero  canhestro e engenho falido.(Falido o falo... o que falo?!).
Somos obedientes aos outros, que sussurram a voz da tradição, ouvida até enjoar de bêbados, que se repetem indefinidamente. Nem  ao nosso corpo com o damos prazer, o refrigério natural  de quem escolhemos no momento para nossa companhia e para ser nosso amor, suprir nossa paixão dos víveres próprios e pródigos, prodigalizados pelo amor; a saber  : sexo, romantismo, satisfação de estar juntos, conversar, viajar, compartilhr corpo e alma e espírito. Mas não,  apenas obedecemos à oportunidade criada e com a pessoa tida como certa : marido, esposa; ofertmos e produzimos  um sexo burocrático grasso e grosso modo, improfícuo, com camisa-de-vênus que evite o encotro mais importante do ato sexual : o encontro de fato dos sexos descobertos, nus, no "nous" total, viral, viril, feminil.( O  casamento é o sexo vestido).
 Aliás, nosso corpo acaba numa carta do tarô para sexo e outras necessidades de enamorados que, não satisfeitas, deixa desfeita inúmeras outras necessidades, até fisiológicos, psicológias, químas, humanas, animal mesmo!,  pois o sexo é base da vida vinda depois da puberdade como os jogos lúdicos a base da infância. Todos os problemas,  inclusive doenças,  partem dessa falta de diálogo saudável de hormônios e feromônios com o corpo de um ser humano que amamos no momento, que , necessariamente e, em geral, não é mais o esposo,  infelizmente, nem tampouco a esposa, pois, felizmente, a vida passa e ao passar muda tudo, até as células do corpo humano; o esposo e a esposa, dos quais não sentimos mais o odor sutil do feromônio, pois de tanto amar ficamos embotados e há mister de amar de novo, até achar alguém em que acertemos a flecha no corpo e na alma e no espírito, e que também acerte-nos o alvo no coração quente, onde está guardado  o código do amor, da paixão, o códice que chama ao amor  ( e põe fogo nas próprias chamas protótipas! Chamas para as quais não chama o corpo de  bombeiros, nem os brigadistas), convida, insta à  pratica deliciosa do amor se limites, sem conveniência, sem convenção, sem obrigação marital ou uxória, -  acena ao ato sexual selvagem., ao qual ansiamos, pelo qual estamos sequiosos como um homem e uma mulher  perdidos, errantes no deserto do Saara, buscando, aflitos,  sombra sob o sol e fogueira sob as constelações do Cão.
Nossa alimentação ou dieta, ambas, são irracionais,  revestidas de preconceito as dietas e estúpida a alimentação popular que incha as vísceras de todos, torna-nos pesados, barrigudos, estúpidos e sonolentos, além de lentos, pelo peso de pipas de água e gordura que carregamos feito uma cruz na barriga que se crucifica comendo demais, sobrecarregando o metabolismo e dificultando o sono, tirando-nos a flexibilidade e a vontade de caminhar.
Outrossim, é fato, bebemos em demasia, comemos até a azia e, assim, dando azo ao azar vem a  velhice e morte prematuras pela boca e pela barriga, pois "peixe morre ela boca", diz minha mãe, desde que sou peixinho de aquário. Barriga grande é sinal natural de dois fatos previsíveis : vida cm alimentação abundante, gorda e farta,  no caso da mulher grávida, ou morte iminente , no caso de ascite seguida de cirrose ou outras enfermidades que  inflam os intestinos e apontam, destarte, para  iminência de morte, da qua passamos a vida esquecidos, como se estivéssemos já afogados no mítico rio Letes e bebendo de sua água do esquecimento, a consonar com a mitologia e com a idade provecta, quando o macróbio portador do mal de Alzeimer vai-se esquecendo paulatinamente das coisas correntes no rio do cotidiano. Talvez a mensagem da mitologia, em forma de alegoria, para poupar o povo e os papalvos era esta : "Carpe diem", ou seja, colha, aproveite do dia, pois a qualquer momento, num segundo,  podemos estar mortos, cair mortos com a cara no solo. Não se esqueça de que ninguém, por mais saudável e jovem que seja, está isento da morte súbita. No poea em que colhi a frese  "Carpe diem" do poeta latino Horácio, está assim esparsos os versos:"loquimur, fugerit envida/ aetas: carpe diem quam minimum / credula postero./( Isso é para não esquecer que vamos morrer, portanto o dia, o tempo urge).
Criamos uma sociedade, uma cultura, uma civilização para escravos, de cuja escravidão pactuada para cada um dos componentes da comunidade, ninguém se salva, nem com Cristo, nem com as  economias da salvação ou a de mercado, pois o rico trabalha para o pobre, porquanto precisa trabalhar sem cessar para aumentar o capital e fazer a empresa crescer indefinidamente, caso contrário a concorrência o liquida na primeira oportunidade. Outrossim, o pobre trabalha para o rico, pois o operário sobrevive do salário.  Seu ganha-pão, portanto, é o emprego na fábrica, no comércio, no governo, na iniciativa privada, etc. : a interação entre o rico e o pobre é mediada pelo quinhão de escravidão que ambos enfrentam na relação: é uma mutualidade, uma espécie de mutualismo similar ao biológico.
Quando falo "criamos" , quero dizer que esse nós não somos somente nossos egos atuais, mas nossos pais, avós, bisavós, tataravós, enfim, até onde chega a linha que separa o tempo de uma civilização moribunda a outra nascente, caindo, saindo, mudando de posição nas areias que tem o tempo separado na ampulheta pelo mecanismo engenhoso que separa a areia em duas camadas sobrepostas na ampulheta, o mesmo  que se dá com a clepsidra, só que na clepsidra o elemento é água, a hidra ( Hidra de Lerna, Constelação Hydra, flagelo, Hidra : satélite de Plutão e hidra, ilha grega). Hobbes dizia sobre o "Contrato Social" que o estado era um Leviatã; eu penso que é a Hidra de Lerna sem Hércules (Héracles) vivo para realizar os seus Doze Trabalhos, u dos quais seria o de matar a Hidra(Hidra!).
Oh! Meus Deus, meu Dom Quixote de La Mancha, dá-me esta ilha grega de Hidra, uma das Ilhas do grupo d as Sarónicas, no mar Egeu, águas do Golfo Sarónico!
 dicionário dicionario onomástico onomastico filosófico filosofico científico cientifico enciclopédico enciclopedico etimológico etimologico etimologia etimo wikcioná´rio wikcionario wikdicionário wikdicionario verbete glossário glossario terminologia científica cientifica nomenclatura binomial terminologia nomenclatura taxononia raxinomia vida obra biografia pinacoteca historiografia lexic léxico lexicografia             
Ficheiro:Giambologna herculesenesso.jpg

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

CELÍACO(CELÍACO!) - terminologia nomenclatura




Mãe amava jardinagem e vovó,
seus filhos, seu marido e a poesia
de Casimiro de Abreu, Junqueira Freire
e Álvares de Azevedo
três ultra-românticos poetas,
alguns árcades
( - mãe recitava Alvarenga Peixoto,
poema que ele escrevera no cárcere
da Ilhas das Cobras:
'Bárbara bela
do norte estrela
que o meu destino
sabes guiar,
de ti ausente,
triste, somente
as horas passo
a suspirar.
    Isto é castigo
que Amor me dá").
 
 
Mãe cozinhava mui bem:
galinha cabidela,
empadas deliciosas
( nunca comi similares
- ou só mordisquei similares!)
e outros tanto acepipes, quindins.


Mãe saía à rua
acompanhado todos os filhos
ainda crianças
e o povo que a via
comparava-a com a galinha e os pintainhos
ou a "escadinha" ou o time de futebol.
Íamos com destino à casa de sua mãe,
avó para o tempo em que fomos gerados,
quase nos gerânios que mãe plantava
por toda a parte, no imaginário.

Mãe cantava canções maviosas
e seu canto santo- materno e terno
era melhor do que o melhor grupo musical de mundo:
- The Beatles


Mãe fazia e era tudo
e meu pai apenas aparecia de coadjuvante
e de preferência ébrio e furioso
como um Ariosto que recitava o poema
"Orlando Furioso".
atuando sempre como um bufão.


Ora, se insisto em frisar
que mãe fazia e acontecia,
em tempos  de paraíso,
não é porque ela já esteja morta;
ela continua viva,
esbanjando saúde,
porém ferida pela idade provecta,
na qual muitos sofrem do mal de Alzeimer,
sofre sobre a máscara teatral do Alzeimer,
peça dramática que um médico escreveu
para os demais tolos representarem
como meros atores do exercício da medicina,
dentre outros males que teimam em abundar,
desdenhando a ciência
e sua estúpida e estapafúrdia presunção.
Canto sua alegria antiga assim
não com tom elegíaco ou ditirâmbico,
mas com ordem de ode
eivada de melancolia,
pois fica claro que nós, - todos!,
os maus filhos, que somos, - todos!,
péssimos e ingratos seres humanos,
tratamos o outro ser humano,
não com respeito, carinho e amor,
nem com qualquer caridade
que ultrapasse o que é  mero verbo nos lábios mendazes,
porquanto mesmo em se tratando de nossa mãe,
pessoa de proa de nossa vida,
que todo o amor semeou e doou para nós,
que nos embalou e consolou com carinho
que nunca mai tivemos,
não obstante isso e tudo o mais
que não ouso narrar
de tanto amor
devolvido com tanta indiferença,
pois a passamos a tratar nossa mãe,
que é a nossa vida,
- tratamo-la como mula e trator que somos,
Massey  Ferguson,
- tratamo-la como se ela fosse
um jazigo vivo,
um túmulo aberto no peito
- da dor maior,
que é um dó maior...
que rasga e fere gravemente
- até nossa maldade infinita!
 
Mãe ( não é, mãe,
deste filho impenitente
que precisa de muita penitência filial)
pode ter morrido para a poesia
do conjurado Alvarenga Peixoto,
bem como morreu para muita coisa,
mas nós, mesmo em criança,
morremos todas as noites
e acordamos com a aurora
pata que venha nos acordar
no fuso do dilúculo,
na lua embrulhada em teia de aranha,
toda branca, pálida,
pois todos somos roubados e furtados
de células, acervos de memória,
dentre a infinidade da riqueza
que fora e é nosso tesouro na vida,
sempre surripiado, bifado tesouro,
sem que nos socorra
o Código Penal Brasileiro
ou as leis internacionais
que berram e ladram,
mas somente põem o ricto do sarcasmo
em lábios entreabertos num sorriso irônico
do ladrão, que não é cão,
nem ladra feito um canino
- e também a ferida do berne
no boi,  vaca,  bezerro...
para que o abençoado pão de cada dia
chegue à mesa do médico  veterinário
que  também merece sobreviver
e se alimentar de glúten.,
se não for celíaco(celíaco!).

Outrossim, não deixamos os mortos no limbo :
estão sempre nas nossas digressões,
sonhos e cerimônias anuais,
se não escritos sob os signos,
afogados sob montanhas de signos
em livros, cartas, obituários, inventários, epitáfios
que são "proclamas" do mal-do-século,
e "Confissões" de Alfred de Musset 
e na vida extravagante de Lord  Byron,
um dos maiores poetas de Europa.

dicionário dicionario onomástico onomastico filosófico filosofico científico cientifico enciclopédico enciclopedico etimológico etimologico etimologia etimo wikcioná´rio wikcionario wikdicionário wikdicionario verbete glossário glossario terminologia científica cientifica nomenclatura binomial terminologia nomenclatura taxononia raxinomia vida obra biografia pinacoteca historiografia lexic léxico lexicografia             

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

OUSÍA(OUSIA!) - dicionariodicionáriowikcionáriowikdicionario

Epikur.jpg

As metrópoles hoje não mais respiram nem deixam respirar . O asfalto  desdenha a água e não a retém nem a bebe, deixa-a para as bocas-de-lobos entupidas com lixo ( ou luxo de uma sociedade fundada no consumo); não segura a água nas paredes dos prédios de concreto armado : pedra mais dura e seca que a rocha originária, quiçá. Assim vivemos, peixes que somos ou fomos ontem no tempo geológico, sem água para respirar, com as narinas e a garganta seca e entupida por refrigerantes dulcíssimos,  fortuna de carboidratos.
A vida é vegetal, vegetativa, está nas plantas, na “planta” da glicose,  que é a planta, planta  que planta e cultiva a vida, na prancha da natureza arquiteta, e seus cultivos e cultivares que, quiçá, conhece e convive com o Arquiteto do Universo, o Ancião dos Dias. Sem os  gases, como o dióxido, o monóxido de carbono, o oxigênio, o nitrogênio e outros, não teremos “vegetividade” e,  consequentemente, não teremos vida mínima sequer,; vida  em que vige o plantio, o cultivo e  cultivares.
Obviamente o clima é mais importante que a cidade no que tange à temperatura, umidade e outros fatores climáticos; entrementes, a engenharia racional e sensível aplicada à uma cidade, por seus engenheiros e paisagistas à la Burle-Marx, pode mitigar os efeitos do clima ou  intensificá-lo até à tortura do corpo suado.
Estamos a morrer por não  sabermos  arquitetar cidades, pois não respeitamo-nos enquanto seres humanos, não amamos nossos filhos e netos o suficiente, nem a  nós mesmo ( que não ama a à sua estirpe, odeia-se ou então  é apenas um insensível ignorante perdido na natureza que o corrói com os germe e a estupidez,  que é sua derrocada, porquanto  quando ignoramos o outro ignoramo-nos inconscientemente e nos colocamos todos em perigo iminente, pois o homem sem o grupo de proteção, sob o qual vive, sendo chefe ou subordinado, não logra subsistir, mas entra em decadência social e dissolução da comunidade com morte certa.  É ensejar a crônica de uma morte anunciada,  processo que leva ao fim do homem pela dissolução da associação sob a qual se protegia e dava-se mútua proteção.
Não respiramos mais, senão mal, com pouca umidade no ar,o que nos mata devagarinho, paulatinamente; estamos distantes dos animais, do verde vegetal, dos odores das plantas, da terra que se ergue no vento e se molha na chuva, que traz mariposas de helicóptero auto-pilotável, mariposa que pousam aqui na minha mão e enchem de emoção o coração, atravessando a massa dos edifícios cujas  moles  podem ser avistadas de longe.
Em Nova York, além do Central Parque, já estão fazendo fazendas pequenas entre os arranha-céus  ou  nas  cercanias deles, pois o homem americano ( não digo povo, note!) é mui pragmático e percebe o prejuízo que as cidades moribundas são ara o homem: prejuízo econômico!,  porquanto é nisso que eles pensam, são obcecados pelo ganho –  otimizar os lucros e, na maioria das vezes, mitigar os custos, ou torná-los o mínimo possível,  com dispêndio de  apenas o necessário, pois as despesas, muitas das vezes, tomam parte considerável do lucro e tornam a operação contraproducente, se não inviável.  
De mais a mais, os norte-americanos, o povo pragmático, o homem pragmático,  está sempre atento e alerta contra os malefícios econômicos, políticos e sociais do desperdício,  pois  este encarece tudo, pesa mais que impostos e são tão graves ou mais que a corrupção porque a corrupção, conquanto  nem sempre seja  possível  de evitar,  pode ser minorada nos seus  danos, pois os bens ou numerários desviados podem ser, em  geral o são,  passíveis de restituição,  ao menos nos países em que as leis vem para viger sobre as cabeças de todos e não tão-somente servir de verdugo e cortar as cabeças da maioria dos cavaleiros sem cabeça, que não são lenda, neste caso específico,  nem metáfora,  mas realidade populacional que enche o espaço do campo e da cidade,  o que não ocorre com o custo da saúde pública que, se negligenciada, gruda a conta da inflação em cada parede de hospital e de empresas, governos, do estado, enfim,  e em todos os sentidos,  porquanto  uma doença crônica, que poderia ser evitada com profilaxia adequada, racionalização,  traz não só despesas várias e prejuízos enormes, bem como ocupa inúmeros profissionais razoavelmente remunerados e se alastra em prejuízos que vão ao bolso do indivíduo, então paciente, e volta ao erário inúmeras vezes para cobra  a conta da incompetência e da estupidez, que é elevadíssima e tomas grande parte da renda e marca com compasso e ritmo as relações sociais e econômicas, além de ser a mostra de políticas equivocadas ou negligenciadas  por um governo que, inapelavelmente,  acabará afetado a administração do próximo governo e, o que é pior, criará um costume de governo que com o passar dos anos e com as repetições, acabará como parte da cultura.
Pelo exposto, pode se depreender, sem dificuldade, porque o homem precisa ter o poder maior que o do estado e dos seus governantes que, em todos os lugares da terra, demonstraram que são fracassos. Todos os governos hoje no planeta terra são contundentes, redundantes, retumbantes fracassos,  motivos de decepções e frustrações do povo ( o homem de seu de categoria aristotélica quando de indivíduo humano virou povo, ou seja, foi-lhe usurpada  pela espada a sua substância então cortada pelou direito, que é a arma do estado, sempre escravocrata. O estado é o império sobre um só povo, ou antes, que transforma um conjunto  de homens da mesma etnia e língua em povo, ou seja, em escravos. Ao perder, ao ser usurpado da sua realidade ( de rei) de sujeito do mundo , o homem, enquanto ser, ousía (ousia!), substância primeira ou substância–prima do mundo,  viu-se  obrigado, coagido a se rebaixar a uma coisa, um povo, uma massa disforme e vária).
Para que o homem, enquanto indivíduo dentro de uma coletividade, tenha poder,  não importa a hierarquia,  é mister que tenha atitude, seja livre para ter atitude, o que não acontece com um povo, que, e geral, mormente no que o povo foi transformado, em massa, não passa de objeto de manobras de demagogos e outros. O homem é maior que o povo, pois o povo começa e termina no homem e não o contrário, conforme se apregoa. Chegou o tempo de acabar com os governos representativos,  que , de fato e de direito, não representam senão alguns grupos no pode r e vinculados aos senhores no poder, forma antiga de dominar pela força  bruta da espada romana, da cruz romana  e do direito romano, que substituiu a vetusta  religião e a adornou com a filosofia menor da Hélade , depois da filosofia maior de Aristóteles. A filosofia entrou na maioridade, na maturidade, na sua plenitude com o estagirita, passando pela juventude com Sócrates e Platão. Portanto, chegou a hora do  governo retornar ao homem enquanto indivíduo livre em cidades-estados em que todos são governantes, utilizando-se, evidentemente, de mecanismos políticos que permitam e tornem viável essa governabilidade. Um homem no governo a cada ano e que não retorne depois a um segundo tempo e governabilidade, pois isso tende a cristalizar a corrupção, que é apanágio do homem, exceto do homem de Aristóteles na Ética a Nicômaco ou nicomaquéia. Mas apenas ali, naquela obra  arrancada ao coração do filósofo.
Por outro lado, as instituições, as, quais hoje são colossais conglomerados,  teias de aranha onde o homem está preso e é morto diuturnamente,  tem que ser menores e submissas ao homem, pois o homem é quem cria as instituições e não o contrário : as instituições, empresas e o que seja, são feitas para o homem, para servir ao homem e não o homem oposto. A oração que reza que o homem passa e as instituições ficam é uma balela, um sofisma grosseiro, maldoso, pois subverte a realidade, aniquila a verdade que é posta por cada indivíduo e que sobrevive às instituições e às belas letras.Nos Evangelhos: é o sábado para o homem e não o homem para o sábado. Será que essa frase poderá instigar os homens-múmias que pensam que dirigem as instituições, mas que, no fundo, são marionetes delas?
Na atualidade quem atua, são atores e sujeitos que  não  o homem, mas as instituições, esses asilos para doentes mentais e enfermos do corpo e da alma: estados, igrejas, empresas, associações, etc. Mesmo o homem aparentemente mais poderoso do mundo, o presidente dos Estados Unidos da América , não tem poder algum, pois somente pode agir se consultar as instituições: Congresso Nacional, a mídia, os grandes bancos que comandam o mundo financeiro e que fazem da economia ma mentira enfeitada, ao invés de uma ciência séria. Quem manda, comanda, é a lei, as instituições também obedecem a lei, instituição magna do direito, elaboradas pelo estado, este ditador universal da terra  onde vive cada indivíduo humano prisioneiro delas.  Não há mais liberdade, nem para onde fugir.Vivemos à época da ditadura das instituições laicas e religiosas. Na Idade Média o comando da Europa tinha seu cerne na igreja Católica, que exercia seu monopólio e seu solilóquio. Hoje são as instituições que forma o estado de direito ou teocrático.
Fomos rebaixados a sujeitos gramaticais, nada mais. Descemos à sintaxe das palavras. Foi revogada nossa dignidade como sujeitos ontológicos e lógicos na proposição da substância de Aristóteles, tempo em que o homem tinha liberdade, pois o filósofo não era, decerto, nenhum nefelibata destrambelhado. Na filosofia do estagirita éramos a substância primeira, de onde  tudo provinha; éramos o sujeito lógico, ontológico, senhores do mundo que moldávamos a nosso talante. Hoje, tigres de papel, sujeitos da gramática, meras ficções de interlúdio, títeres das leis.  Só não nos transformaram em predicados do sujeito porque isso  é mera ficção, conquanto se faça isso por direito ou de direito, pois o direito tem o poder, o condão de ignorar os fatos e viver da ficção jurídica que pode dizer o que quiser que isso vira lei de besouro montanha abaixo, ó Epicuro de Samos! O que somos? Ou nos obrigam a ser?! De Samos não somos, nem do Jardim.
 Não somos mais o ser, a ousia,  a substância (“substantia”),  a essência (“essentia”), o sujeito da proposição, da enunciação, o sujeito da concretude, “einai”?!... Sim , somos; mas as leis venenosas armam sofismas e os mais tolos( a maioria absoluta, que comanda!) crê como uma moça parva ou uma mosca morta.
Finado esse anátema, que é o estado de direito, a república, morto o leviatã mitológico que a tudo e a todos domina implacável, o homem ficará somente com o capitalismo, que ele próprio, enquanto indivíduo, poderá dirigir como juiz de si e do sistema e onde os líderes emergirão naturalmente e, destarte,  inaugurarão uma  Era da inteligência inata, pois cada um terá a liberdade de falar e fazer aquilo que melhor sabem ou sabem com maior proficiência.. Somente assim nós todos, cada um de nós, enquanto indivíduos, poderemos dirigir nossa vida e os sistemas que pomos como pomos ( de ouro) no mundo como nossos filhos mentais, os  quais acabam monstrengos que nos devoram com o tempo, numa espécie de mito de Cronos  aos  avessos.
Testemos uma cidade-estado assim, nestes moldes aqui explanados grosso modo em alguma Geonímia.
 
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